quinta-feira, 1 de abril de 2010

Escada da Ruína.

E encontras as escadas que te dão acesso ao piso superior que anseias por alcançar durante toda a vida. Olhas, com aquele brilho que os olhos te sabem mostrar e pensas que finalmente estás perto do teu destino e então dás inicio à tua subida e sobes… um, dois, três degraus e páras. Tens a certeza que queres continuar e continuas. E sobes… sobes como se não existisse amanhã e naquele momento não te interessava que houvesse porque apenas querias escalar e atingir aquilo que pensavas ser o teu ideal. Já quase não te lembras de quantos degraus subiste mas não te cansas de subir. É isso que queres e nada te vai deter mas quanto mais sobes mais te dás conta dos degraus que ainda te faltam alcançar e reflectes na quantidade de passos que já deste em vão. Mesmo assim nada te pára. Olhes para baixo ou para cima já só vês degraus. Estás preso. Como de nada te serve voltar para trás, sobes. Aqueles pequenos degraus perseguem-te… e já não são assim tão pequenos. Dás por ti a transpirar um cançaço que te começa a deixar fraco mas a tua vontade é tanta que não podes parar. A certo momento percebes que as pernas te falham e rastejas para não deixares que os degraus de consumam. Entras numa luta desigual e já não sabes o que fazer. Os teus braços puxam pelo o teu corpo num último esforço de chegar ao degrau final. Finalmente páras. Não és capaz de mais nada e ali ficas. Permaneces num lugar onde não te adianta subir mas também não consegues descer. Estás no meio de algo inutil e ninguém te pode ajudar. Só tu tens o segredo para escapar mas não o consegues decifrar. Descanças e amanhã é outro dia… porque afinal o amanhã existe.



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